NOVO FIES e P-FIES

O P-FIES vale a pena?

Como eu havia prometido no meu último post, publico um novo sobre as minhas impressões à respeito do NOVO FIES, principalmente em relação ao P-FIES, depois de ler toda a Legislação.

Como já foi amplamente divulgado, o NOVO FIES tem três modalidades:

A Modalidade I do FIES: Sem dúvida é a mais desejada. Cobrança de juros zero, aplica-se apenas a correção monetária.

É financiada através da CAIXA e do Banco do Brasil.

Se a renda per capita for de até 1,5SM o estudante pode se beneficiar do Fundo garantidor e não precisará apresentar fiador.

Oferecida apenas para estudantes que tenham renda familiar per capita de 3 salários mínimos, obviamente, se houver vaga.

O chamado P-FIES, tem duas modalidades

A Modalidade II do P-FIES:tem a finalidade de diminuir as desigualdades regionais e se utiliza de Fundos Constitucionais para oferecer juros reduzidos a estudantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste.

É financiada através de Banco Regionais, como o Banco do Nordeste, por exemplo.

Não pode ser garantida pelo Fundo Garantidor, então deve ser apresentado um fiador.

É oferecida para estudantes que tenham perfil de renda familiar per capita de 3 a 5 salários mínimos.

A Modalidade III do P-FIES:Vale para todo o Brasil e é financiada através de Banco privados. Supostamente, teriam juros mais caros.

Não pode ser garantido pelo Fundo Garantidor, então também deve ser apresentado um fiador conforme for a exigência do banco a financiar.

É oferecida para estudantes que tenham perfil de renda bruta familiar de até 5 salários mínimos.

Várias outras mudanças aconteceram a partir do Novo FIES e que é importante os estudantes ficarem atentos:

Apesar do juros, na modalidade I, ter sido reduzido de 6.5% ao ano para zero, a PORTARIA Nº 209, DE 7 DE MARÇO de 2018permite que ao longo do período de utilização do financiamento e do de amortização, o estudante fica obrigado a pagar diretamente ao agente financeiro parcelas mensais referentes aos gastos operacionais com o programa em boleto único, compondo os seguintes custos:

I – percentual da mensalidade não financiada pelo Fies;

II – gastos operacionais: despesas de operacionalização do financiamento (no meu ver, algo que acaba remunerando o agente financeiro)

III – seguro prestamista que garante a liquidação do saldo devedor do financiamento em caso de falecimento ou de invalidez permanente do financiado

Outra novidade, foi o fim da carência para início da amortização do contrato e também, uma maior garantia contra inadimplência, pois agora o banco, terá o direito de solicitar o desconto em folha de pagamento do estudante formado, ao seu futuro empregador.

Mais uma novidade bem interessante mas que ainda não tenho certeza se está totalmente regulamentada, é a de poder oferecer 10% do saldo existente em conta de FGTS em substituição à apresentação de fiador.

Mas uma das maiores novidades é a criação do P-FIES que, se eu for resumir, na modalidade três, o Governo praticamente oficializa e usa sua rede de captação de interessados em financiamento para ampliar o acesso nacional àquele tipo de financiamento que já existia, do tipo Pravaler da Ideal Invest.

Assim, o governo oferece o que já existia no mercado como o Pravaler e fica bem visto pelo mercado como se ele fosse o responsável.

A questão é, qual a vantagem de você contratar o Pravaler através do P-FIES se, ele já não era oferecido para qualquer estudante, mesmo com renda maior do que o teto permitido e sem a nota mínima exigida no ENEM

Alguma vantagem deve ter, seja na facilidade de crédito a quem tenha baixa renda, que talvez não teria se tentasse o crédito direito ou alguma outra vantagem que, pra mim, exceto no limite estipulado para aumento nas futuras anuidades escolares pela Instituição, eu ainda não pude verificar.

Eu havia comentado em vídeo anterior que tinha algumas dúvidas em relação às modalidades II e II do P-FIES, pelos seguintes fatores:

  1. Há muitos anos já era previsto na Legislação do FIES o financiamento através de bancos particulares mas nunca nenhum havia se habilitado.
    Mas com a PORTARIA Nº 536, DE 6 DE JUNHO Deste ano, o Governo convocou agentes financeiros operadores de crédito – AFOCs – já com prazos e regulamentação bem definida para demonstrassem interesse em financiar. Sem dúvida as coisas estando mais definidas, facilitou.
  2. Eu esperava que, pelo custo do dinheiro e pela característica de um financiamento estudantil, os juros cobrados inviabilizariam a modalidade III. A surpresa é que em alguns cursos de algumas faculdades, principalmente para alunos ingressantes, os juros tem sido zero, apesar de haver custos adicionais conforme mencionei anteriormente. Estou certo que no modelo de negócio das AFOC com essa condição, há o subsídio dos juros pelas faculdades, ou seja, assumidos pela escola através de pagamentos de comissão e encargos sobre o contrato.
  3. Pelo montante que chegaria o valor financiado, acreditava que as exigências para a qualidade do fiador fossem gigantes. Felizmente pude verificar que elas são bem pequenas; basicamente ter o nome limpo e renda um pouco superior ao valor da mensalidade financiada. Isso acaba sendo possível porque o risco diminui à medida que a Legislação autoriza a não renovação do contrato, se houver débito anterior. Já não sei dizer se a IES é interveniente no caso de inadimplência, o que viabilizaria ainda mais o interesse de novas AFOCs virem a participar do P-FIES futuramente.
  4. Pela obrigação das faculdades, antecipadamente, precisarem ter convênios alguma AFOC. Estava certo que pelo tempo que levaria de negociação das condições e cláusulas contratuais entre as IES e os Bancos, isso não seria viável num curto prazo, mas não contava com a participação de uma empresa que já tinha por volta de algumas centenas Instituições conveniadas, ainda antes do NOVO FIES

CONCLUSÃO se o FIES vale a pena:

Excelente o ingresso de novos agentes financeiros para financiamento estudantil. Ainda mais de empresas que conhecem do setor como a Ideal Invest.

Oferta de juros zero não existe, as empresas envolvidas, até os bancos federais precisam rentabilizar o contrato; portanto, juros zero deve ter sido substituído por taxas de administração de contrato, comissionamento, venda de seguros etc. Caberá a vocês entenderem claramente quais custos estarão assumindo e avaliar se tem interesse em contratar um financiamento com características tão distintas

Se a Instituição está subsidiando juros para bancos não precisarem cobrar taxas que inviabilizem o contrato dos estudantes, será que ela já não oferece outras condições relevantes de bolsas de estudos?

O QUE VOCÊ DEVE AVALIAR ANTES DE CONTRATAR O FIES:

-Verifique o valor da mensalidade do curso a ser financiado, já aplicado os descontos que ela é obrigada a oferecer ao FIES;

– Veja o Percentual que foi financiado e, importante, verifique se é apenas esse valor que irá ser acumulado ao seu saldo devedor para futura amortização.

– Calcule a parte que não será financiada, no caso do seu FIES não ser de 100%.

– Veja se há diferença entre esse valor e a parcela a ser cobrada de você mensalmente.

– Pela Lei, é previsto que sim, apesar dela não distinguir diferença entre as 3 modalidades do FIES. Aqui, peço ajuda a vocês para dividirem comigo nos comentários a experiência que vêm tendo para eu enriquecer o próximo vídeo para tratar desse tema.

se houver diferença, exija detalhamento sobre o que ali está composto.

– deve haver ali seguro de vida mas que é um custo que não pode ser considerado algo equivalente ou em alternativa à cobrança de juros. Pela idade do universitário, esse não deve ser muito caro.

– outros custos de administração ou encargos devem ser calculados como se fosse alternativa aos juros, se tiver dúvida, apresente abaixo os detalhes para calcularmos para você.

Enfim, o FIES ou o P-FIES para muita gente pode ser uma das únicas alternativas de conseguir ingressar no ensino superior. Portanto, esteja ciente dos custos e se estiver ao seu alcance, não desperdice essa oportunidade.

Assine o canal do youtube e ative o “sininho” pois vários outros vídeos sobre este tema irei publicar.

Um abraço,

Ivan Trigueirinho


    2 replies to "P-FIES"

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